24.7.06

Cara Carla,

Quanto ao Hezbollah estamos de acordo. Eu acrescentaria mesmo tratarem-se de uns filhos da puta (sem ofensa para as putas deste mundo) que só mereciam desaparecer da face da terra. Mas, como a Carla tão bem nota, «sem provocar danos colaterais, nem eliminar libaneses inocentes». Se a Carla, ou alguém deste mundo e do outro, conseguir provar que os que estão a ser eliminados albergam terroristas (muita coisa se alberga por aí!), até lhe darei razão nas suas conclusões (os números, para já, são bastante confrangedores: 6 guerrilheiros do Hezbollah para cerca de 400 civis). Mas olhe que temo estar a lançar-lhe um desafio do tipo "Onde está Wally?". Ou, quem sabe, num imbróglio do género das armas de destruição em massa iraquianas que nunca apareceram. Já agora, pense nisto (se estiver para aí virada): se tudo o que está a acontecer se justifica pela intenção de destruir os filhos da puta do Hezbollah, por que só agora se lembrou Israel de o fazer? O Hezbollah, e os hospedeiros libaneses, só passaram a ser uma ameaça depois de terem raptado 2 soldados israelitas?

6 Comments:

At 1:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Israel está em guerra desde que existe. Primeiro as ofensivas/invasões constantes eram levadas a cabo por exércitos árabes. Depois, à medida que Israel foi crescendo no seu poder militar, os exércitos deram lugar a actos terroristas permanentes, semanais, diários. Sempre. Desde que o Estado de Israel existe. Nenhum de nós portugueses sequer pode imaginar o que é viver assim. E nós já tivemos uma história similar com os nossos vizinhos espanhóis. Mas já foi há muito tempo... levou séculos a resolver. O médio oriente também vai levar séculos a resolver. Israel comete asneiras, como todos os actos militares o fazem... neste caso é mais uma luta pela sobrevivência a médio longo prazo contra os inimigos de sempre do que trazer prisioneiros para casa. Não é desculpa, eu sei, mas é preciso ver os dois lados da questão. O Líbano tem no seu parlamento eleito democraticamente deputados membros de um grupo terrorista, responsáveis por pastas importantes (defesa). Os libaneses têm de arregaçar mangas contra o seu próprio terrorismo interno e sair de vez da alçada da Síria e Irão, senão vão ser sempre os mártires de passagem. Cabe tanto a eles como a Israel, escolher, quebrar este ciclo.

Sorry por comentário tão longo.:)

 
At 1:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Kaku, muito obrigado pelo comentário. Eu julgo que estou a tentar perceber os dois lados da questão. Por isso concordo com isto: «Israel está em guerra desde que existe. Primeiro as ofensivas/invasões constantes eram levadas a cabo por exércitos árabes. Depois, à medida que Israel foi crescendo no seu poder militar, os exércitos deram lugar a actos terroristas permanentes, semanais, diários. Sempre. Desde que o Estado de Israel existe. Nenhum de nós portugueses sequer pode imaginar o que é viver assim.» Mas não te esqueças que logo a seguir à proclamação do Estado judeu na Palestina, com o aval da URSS, a avidez expansionista de Israel teve como consequência a chacina dos palestinianos. Outrora cordeiros, agora lobos. Assim conta a História. E isto, ao longo dos anos, não foi sendo só uma asneira. Foi sendo, tal como agora é, a voracidade do extremismo a tomar conta da razão. Daí que a minha esperança, como digo em posts abaixo, seja muito ténue. Já não há moderados nas esferas do poder naquela região. São todos uma corja que se está bem a cagar para o povo, carne para canhão. Quanto aos estereótipos do costume: albergam fanáticos, logo são fanáticos, lembro apenas os fanáticos dos portugueses que albergaram os terroristas das FP 25 de Abril, os fanáticos dos espanhóis que albergam os terroristas da ETA, os fanáticos dos americanos que albergam a companhia de Timothy McVeigh, etc, etc, etc… Um povo não pode ser reduzido à escória que o enferma. Talvez rever este filme (http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2006/06/os-filmes-3.html) não fosse má ideia.

Saúde e saudade,

 
At 8:40 da tarde, Blogger Nuno Carneiro said...

Caro hmbf:

"(...)logo a seguir à proclamação do Estado judeu na Palestina(...)".

O estado "Judeu", como lhe chama, não foi proclamado na Palestina. Simplesmente por que nunca existiu um país, reino, império, ou provincia, chamado Palestina.

Israel foi atacado duas vezes por todos os países árabes. À segunda, contra-atacou para prevenir mais ataques, conquistando Gaza e a peninsula do Sinai ao Egipto, a Cisjordânia à Jordânia e os montes Golã à Síria.

É isto que chama "avidez expansionista" ?

É por isto que culpa Israel, de uma suposta chacina dos Palestinianos?

Por Palestinanos, refere-se aos Árabes, emigrados de países vizinhos (como Arafat, que era Egípcio) que viviam em Israel e fugiram de lá durante a guerra, esperando voltar quando os Judeus tivessem sido "empurrados para o mar" como prometia a propaganda dos dos ditadores Sírios e Egípcios.

Pense nos que ficaram e defenderam o seu país, Israel. Hoje são os Árabes que gozam mais direitos no Médio Oriente; têm o seu partido, os seus deputados e os seus empregos; se não fosse os rockets mandados de Gaza e do Líbano, que os vão matando, teriam uma vida decente e feliz.

 
At 9:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Enfim, é só uma fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Palestina. Já agora, ver também este (desavergonhadamente parcial): http://pt.wikipedia.org/wiki/Sionismo. Mas já agora, repare na leitura que fez da minha afirmação. Não fui eu quem falou em «país, reino, império, ou província». Eu só disse Palestina. O Nuno apressou-se a dizer que a Palestina nunca existiu. Nem como região? De onde vem o nome? É inventado? Uma ficção? Se calhar o Tibete (http://pt.wikipedia.org/wiki/Tibete) também nunca existiu.

 
At 10:39 da tarde, Blogger JMS said...

O Nuno carneiro vive num mundo de faz-de-conta. um mundo onde se faz de conta que as resoluções da ONU para a divisão da Palestina histórica em dois estados (um árabe, um judeu) nunca existiu; um mundo onde nunca se ouviu falar dos 800 mil palestinianos cujas casas e terras foram expropriadas (sem indemnização) pelo emergente estado judeu a partir de 48 e que foram obrigados a fugir do território; um mundo onde não se reconhece que nesta questão Israel representa a força mas não o direito, e que a opção israelita tem sido, nos últimos anos, a de manter um statuo quo que convém ao regime militar (maquilhado pela palavra democracia) que é o de Israel; um mundo onde não se sabe (para quê saber?) que os árabes israelitas são cidadãos de segunda, que nem sequer podem ser proprietários de terras no seu país; um mundo onde não se percebe que os palestinianos só reivindicam hoje 22% da plaestina histórica, e que nem isso Israel lhes quer dar; um mundo onde se desconhece o que tem sido a política de roubo a que chamam colonatos ou expriopriações, a qual tem permitido aos judeus apoderarem-se das melhores terras; um mundo, enfim, onde não se percebe algo tão simples como isto: Israel tem tudo para conseguir a paz, basta que aceite ceder uma parte do bolo que roubou aos palestinianos (e estes já nem sequer se atrevem a exigir o território acordado pela ONU em 48), que aceite a formação de um estado palestiniano viável. Até hoje, Israel nunca fez nenhuma proposta que pudesse ser aceite pelos moderados palestinianos. Mesmo os acordos de Oslo, altamente lesivos para os interesses palestinianos (e nos quais estes faziam tremendas concessões), mesmo esses acordos Israel conseguiu sabotar. Mas no mundo de faz-de-conta estas coisas não interessam, porque a verdade e a justiça não passam, lá, de meras palavras e a ignorância tem muita força.

 
At 5:22 da tarde, Blogger nohexagono@gmail.com said...

Muito bem, JMS!!! Muito bem.

 

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