23.2.07

Um grande português



Utopia
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

Outras referências a José Afonso no Insónia: Era Um Redondo Vocábulo; E depois há Zeca.; As canções # 27.

20 Comments:

At 10:42 da manhã, Blogger maria said...

Olha, escolhi o mesmo poema! :)

Não deve ter nada a ver com a geografia...;)

 
At 11:00 da manhã, Blogger hmbf said...

:)
mas eu tenho a canção
nhã nhã nhã nhã nhã...
:)

 
At 11:14 da manhã, Blogger manuel a. domingos said...

nunca tive Zeca Afonso como referência, muito em parte (talvez) devido à apropriaçao que o PC fez da sua figura (e já agora de muitas outras).

mas hoje, a caminho do trabalho, vinha eu a ouvir a Antena 2, ouço Zeca Afonso, e devo dizer que me emocionei ao ouvir aquela voz tão frágil cantar músicas tão fortes.

 
At 11:20 da manhã, Blogger hmbf said...

o Zeca nunca negou o PREC
o PC não se apropriou

 
At 11:29 da manhã, Blogger manuel a. domingos said...

pois eu acho que se apropriou, como se apropriou da desgraçada que morreu em Grândola, de nome Eufêmia (se não estou enganado) e de outros que nada tinham a ver com o partido e que passaram a figurar no "martiriolómetro" do partido.

quanto ao Zeca nunca ter negado o PREC, acredito que sim. também o meu pai nunca o negou, nem hoje o nega, e nunca foi comunista. e o Zeca, seria mesmo comunista? ou foi o partido que lhe deu a marca de? é isso que eu questiono. é devido a isso que eu digo que o PC se apropriou da sua figura. se ele era filiado, perdoa a minha ignorância.

 
At 11:36 da manhã, Blogger hmbf said...

manuel, calma. já ouviste o CD ao vivo? a dado momento o zeca diz: «eu nunca neguei o prec». tu fizeste um comentário e eu lembrei-me disso. quero lá saber do pc e de apropriações!!! o zeca é o zeca é o zeca. o pc que se foda. por isso, não se apropriou - ainda que o pretenda ou tente ou o que quiseres. o próprio do zeca é o zeca.

 
At 11:37 da manhã, Anonymous Anónimo said...

A voz do Zeca Afonso não é frágil. É cristalina, parece água.

 
At 11:38 da manhã, Anonymous Anónimo said...

caro henrique. estou-lhe muito grata. o piano irrepreensível do sassetti não me deixou dormir. e cometi um erro crasso. as minhas sinceras desculpas. vou levar esta fotografia. para assinalar hoje os 20 anos que zeca afonso ainda vive. um grande beijinho para si.

 
At 11:42 da manhã, Blogger manuel a. domingos said...

ok. perdoa a minha emotividade ou irreflexão. assim entendo-te melhor. às vezes não sou lá muito bom entendedor. as meias palavras não me bastam

 
At 12:10 da tarde, Blogger Filipe Guerra said...

Manuel A. Domingues, se conhecesse o PC veria que muitos lá de dentro detestam o Zeca, e que em tempos o atacaram violentamente. A mim, um dirigente (!) chegou a dizer-me que o Zeca não interessava, era um «drogado». Quem quer apropriar-se do Zeca, hoje, é a direita (as páginas centrais do Correio da Manhã são-lhe dedicadas, com chamada de primeira página). Tal como o PC, os «bonzos contentinhos» querem apropriar-se do Zeca e privá-lo do fulgor revolucionário. Como ele está morto e já não pode defender-se, e como vivemos num bazar sórdido, é natural que consigam. De qualquer maneira, se ele fosse do PC, como foi Carlos Paredes, acho que só um espírito pouco livre e tacanho não se deixaria tocar pela arte e pela força do bardo Zeca Afonso.

 
At 12:13 da tarde, Blogger hmbf said...

Foi pungente assistir aos programas da manhã, nas TVs nacionais, abrirem com salvas de palmas ao Zeca. Eu diria mesmo que foi do carvalhão.

 
At 2:03 da tarde, Blogger manuel a. domingos said...

caro fag:

obrigado pelo esclarecimento. tenatrei ser menos tacanho e mais livre

 
At 2:10 da tarde, Blogger Filipe Guerra said...

Manuel Domingos, não é consigo isso do tacanho, até porque você afirma que «se emocionou a ouvir uma voz tão frágil a cantar coisas tão fortes» (cito de cor).

 
At 2:16 da tarde, Blogger manuel a. domingos said...

caro fag:

obrigado pelo esclarecimento. concluo só uma coisa: hoje não estou mesmo nos meus dias. não começou bem, o meio também não foi melhor, e vamos lá ver como termina. o mais irónico, é que hoje vou ao Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz ouvir Janita Salomé e Vitorino numa homenagem a Zeca Afonso.

peço desculpa

 
At 2:24 da tarde, Blogger MJLF said...

Eu gosto muito de ouvir o Zeca e estou-me a lixar se ele foi ou não do pc, se negou ou não o prec, o que é que o pc pensa dele, ou se a direita se quer ou não apropriar dele. A seu canto é superior a tudo isso, a verdadeira arte é assim!
Maria João

 
At 7:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Zeca, Sempre!

 
At 10:07 da tarde, Blogger Vitor_Vicente said...

Hoje e sempre, demos uma queca pelo Zeca!

 
At 11:27 da tarde, Blogger Ricardo António Alves said...

Foi, sem dúvida, um dos maiores portugueses (embora se estivesse nas tintas para isso). Chorei quando ele morreu. O PC funcionário não gostava dele; os comunistas gostavam -- o que não aquece nem arrefece. É o maior nome da música portuguesa dos últimos 50 anos, e está para ela como o Tom Jobim está para a música do Brasil. Estou com o Vítor Vicente. Um abraço.

 
At 12:20 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Quais 50 anos? O Zeca é o nome mais importante DE SEMPRE da música popular portuguesa... Mai'nada!

 
At 8:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

porque julgas que enfiei o "popular" ali no meio? ;)

 

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