25.6.07

ASSUNTO SÉRIO

LB escreve, com experiência de causa, o que é raro, sobre casinos e mulheres: Sou licenciado em matemática e curtia probabilidades. Eu achava que controlava o risco do jogo mas é sempre o jogo que nos controla. Mesmo aqueles em que nós criamos as regras todas, mesmo esses nos surpreendem. A gente sabe lá o que temos dentro de nós. A cura para os viciados em jogo é reconhecer que existem forças que não controlamos e desistir. E se formos a ver, com o amor é a mesma coisa. Estamos apaixonados por uma miúda e nunca nos chega, podemos ter muito mas queremos que ela seja isto e aquilo e ela nunca mais muda para ser o euromilhões das miúdas, perdemos a miúda e de repente temos vontade de morrer porque ela nem sequer tinha preço e juramos para nunca mais, que da próxima vez não nos vamos atirar assim de cabeça e vamos ter calma e evitar fazer promessas. O ideal é reconhecer que não controlamos mesmo as mulheres ou o jogo.

11 Comments:

At 8:38 da tarde, Blogger Sujeito Oculto said...

Disse tudo. Tento não amar, mas a pedra que eu coloquei no lugar do meu coração aos poucos começa a bombear sangue.

 
At 9:05 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O jogo passa-me ao lado, nem sequer gosto de jogos de azar.
Mas tenho absoluta necessidade de amar, o que, aliás, deve vir nos genes: o meu avô, alentejano saudável, morreu pouco tempo depois da minha avó; o meu pai enlouqueceu quando a minha mãe morreu; o meu irmão só "assentou" qd arranjou mulher, e eu deprimo quando não tenho companheira... parece que a vida não tem sentido quando não se tem quem amar.
Sim, nesse sentido elas controlam-nos como um jogo, é viciante...

 
At 9:14 da tarde, Blogger MJLF said...

pois a comida está para mim como o jogo está para o Lourenço.
Maria João

 
At 11:15 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Pelo que noto estão a falar de anti-depressivos ou de aftaminas e de como a sua gama é variada: Mulheres, jogo, comida, drogas, canoajem... Uma certa compulção para a repetição. O vício é uma espécie de endoidecimento do hábito.

 
At 12:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

PLIM

 
At 9:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A última frase é boa, JU, mas a comparação é infeliz. Mesmo a comparação com as aftaminas. Isso são drogas que inibem o apetite. ;-)

 
At 11:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não sendo perito ou um conhecedor, se bem me lembro as aftaminas eram muito usadas por estudantes, noutros tempos, nas vésperas dos exames. E também eram ingeridas por darem um certo speed.Poderia chegar por fim a essa forma de ascese comtemporânea, uma compulção que assenta na privação: a anorexia. Deleuze chegou a aproximar a anorexia ao corpo sem orgãos. Por outro lado não quis ser literal, mas que eu saiba a privação de algo em que estou viciado cria ansiedade, e promove estados depressivos, pelo que não percebo as tuas, Henrique, susceptibilidades, só se achas que não se deve brincar com coisas sérias. Aliás, o post do Eduardo Barrento diz:"...eu me deprimo quando não tenho companheira...parece que a vida não tem sentido quando não se tem quem amar." Aliás, o Eduardo B. vai muito mais longe que eu, ao considerar que, para si, essa "necessidade absoluta de amar" tem os contornos de uma "doença" hereditária, mesmo genética, que faz parte da história da sua família.
No fim de contas não percebi o teu reparo.

 
At 11:22 da tarde, Anonymous Anónimo said...

João, não era um reparo. Era um trocadilho. Sendo as aftmanias inibidoras do apetite, um tipo fica sem apetite para "amar". Compreendido?

 
At 11:48 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu é que peço desculpa pela minha nula destreza mental. E como também sou obtuso a certas sinaléticas usadas na comunicação electrónica e suponho que o teu post anterior acaba com um sorriso maroto em forma de hieróglifo, e se assim é, ele escapou-me. Desculpas de mau pagador...

 
At 12:04 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Enganei-me, não me refiro ao teu post anterior mas ao teu comentário anterior. A minha dislexia não chega porém aos calcanhares da arte histriónica e anti-depressiva do senhor das Opas, das Sads e das colecções privadas, o comendador Berardo.

 
At 10:24 da manhã, Blogger MJLF said...

Os humanos são uns bicharocos frageis, e o Lourenço tem razão, temos muitas coisas que não controlamos, o ideal é reconhecermos isso, termos consciencia que não somos uns herois e sermos um pouquinho humildes nestas coisas já uma ajuda, pelo menos temos consciencia para nos mantermos em alerta. Quanto aos hábitos e o modo como endoidecem tornando-se vicios, se existe algo que é dificil é mudar de hábitos e manter "bons" hábitos no dia-a-dia. Existem demasiadas solicitações, eu diria mesmo que existem sempre muitos factores exteriores que são violentos no mundo e surgem os apaziguadores, drogas legais e ilegais. Quanto às aftaminas, tomei-as legalmente dos 11 anos aos 18 anos, existem também os ansioliticos, os calmantes, os anti-depressivos que o pessoal toma para andar por aí normal. Existem muitas drogas legais também, o alcool, o amor, a comida, o jogo e ainda as ilegais. Encontrar algum equilibrio no meio disto tudo não é facil e mudar de hábitos ainda é mais dificil.
Maria João

 

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