27.6.07

SOCIALISMO DE ESGOTO

Rui Bebiano escreve, e muito bem, sobre o socialismo de esgoto do culto engenheiro Sócrates. O post, bom de ser lido na íntegra, até porque não se perde em considerações desnecessárias, termina assim: «Toda esta conversa de defensores da destruição selvagem do welfare state é patrocinada por um governo que nas últimas eleições ainda se declarou «socialista». Tudo isto com o silêncio dos defensores dessa sacrossanta «modernização» (tendência «Joe», presumo) que vale por si mesma, esmagando as pessoas que deveria servir. Será que esta gente quer mesmo recuperar a luta de classes dos confins da nossa história recente?» O sublinhado a large é meu, por julgar que muita gente tem andado esquecida sobre o para que serve da política. País de serviçais bem comportados, cá vamos andando, com a cabeça entre as orelhas, as orelhas entre as palmas das mãos, de recibo verde a tiracolo e muita vontade de dar mais lucro ao banco que nos há-de emprestar as próximas férias.

9 Comments:

At 7:29 da tarde, Blogger JMS said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 7:35 da tarde, Blogger JMS said...

Acho injusta a comparação, Henrique. Os esgotos são extremamente úteis, tendo contribuido muito para salubridade das populações e para a progressiva erradicação de inúmeras doenças. É certo que não conseguiram eliminar a peste do carreirismo político, mas também não podemos esperar que um bom sistema de esgotos seja a solução para todos os males...

 
At 6:39 da manhã, Blogger Mário Pedro said...

O chamado “modelo social europeu” tem que ser defendido, obviamente. E em democracia, isso faz-se, não pela velha luta de classes, mas necessariamente pelo conflito de interesses, seguido de debate, negociação, decisão, balanço e correcção. Mas defendê-lo com demagogia, conservadorismo e ignorância é dar aos tubarões a chicha de bandeja.
Tenho um conselho a quem acha que os empregados vão ser comidos vivos: tornem-se patrões e não chateiem quem trabalha. Ou então arranjem uma máquina do tempo e voltem para o paraíso perdido. Mas ainda ninguém percebeu que já chegámos ao séc. XXI? Será que precisam de um subsídio da União Europeia para requalificar o pensamento? Oh! Ei! Toca a acordar... Há coisas mais importantes que é preciso repensar.

 
At 9:58 da manhã, Blogger Filipe Guerra said...

Não há luta de classes mas é o caralho!

 
At 2:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

vem bem a propósito "O contrato Social" de Jean-Jacques Rousseau...toca a enviar um exemplar ao Sócrates em suporte digital!
PB

 
At 4:21 da tarde, Blogger JMS said...

"Tornem-se patrões", essa teve piada. Uma sociedade sem empregados, só com patrões (mas de quem?) - não será tal ideia um tudo nada contraditória, para não dizer estúpida?

 
At 4:25 da tarde, Blogger JMS said...

E nem todas as ideias, totó, envelhecem ou passam de moda, isso são os vestidos. Estás a confundir tudo. Doutro modo, o ideário cristão, por exemplo, estaria hoje totalmente morto e enterrado. Ou também achas que é lixo tudo o que cristianismo trouxe a humanidade? Bem me parecia. Então pensa melhor antes de dizer qualquer coisita, tá bem?

 
At 7:57 da tarde, Blogger MJLF said...

Os que trabalham tornarem-se patrões e não chatearem quem trabalha? Essa ideia é bonita, mas na prática não é assim, o mundo do trabalho é uma psicose e o ser humano um bicharoco muito complexo.Os verdadeiros patrões são os bancos, as multinacionais e etc.., são eles que decidem tudo.
Quanto ao actual governo socialista, eles nem são neo-liberais disfarçados de socialistas, são é mesmo fascistas do pior, estamos a ver como é implantada a censura no actual panorama do pais. Democracia em Portugal, isso existe mesmo ou nunca existiu?

 
At 1:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

«tornem-se patrões e não chateiem quem trabalha»

Mário, esta é a melhor piada que alguma vez te ouvi. Já agora, quem é que trabalha e não deve ser chateado? Os patrões? Os empregados? Os empregados que se tornam patrões? Os patrões que se tornam empregados dos empregados que se tornaram patrões? E se eu não me conseguir tornar patrão, posso chatear, só um "cadinho", os meus colegas de trabalho? E, já agora, o que é esse conflito de interesses de que falas se não "a velha luta de classes"?

 

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