28.9.07

PALAVRAS QUE METEM RESPEITO*

O silogismo é canónico demais para ser verdade. Práticas bibliópalas, lombadas de folhosos, a rogo da, o non-finito levado ao extremo, o langor espoletado pelas coisas demasiado cómodas e a inquietude causada pela coisa incerta que tanto nos diviniza, como essa coisa bofetada distante, divinamente violenta, que é a matéria Livro, num plano de suspensão volátil, claustrofobia da coisificação, solamente arriscar, os livros têm um sexo de sacras obscenidades que não é de pénis nem de vagina, a concentricidade própria do amor secreto, um esquentado prisma de cama, não mudemos de parlenga, o amplo vesúvio da amizade, arrebatantes cenários camilianos, espécie de paraprática, o mais paratáctico possível, o véu da questão canónica, não posso puxar de mais acordo, sou tísica de leitura, abri as pernas do livro, quando dei fé de mim, horas de sorvedouro das carnes, prazer frutífero de águas correntes, folhetotes vendidos aos rores. Um livro não é um pénis, não é uma vagina. Quando muito, uma lâmina, um pedaço de merda incomodativa, um bisturi, uma anestesia.

*Colhidas n’O regabofe. Colagem minha.

2 Comments:

At 4:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Henrique,

Um dia destes pregamos-lhe a mesma partida. Este blogue, grande insone, dá que fazer e não mete menos respeito.

 
At 12:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

:)

 

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