19.5.08

POSITIVO

hino português suave
nós
portugueses
juramos:
jamais seremos «calvinistas morais radicais».
nós
portugueses
juramos:
jamais fumaremos tabaco
tão pouco charros
nós
portugueses
juramos:
jamais nos embebedaremos
nós
portugueses
juramos:
jamais seremos corruptos
nós
portugueses
juramos:
jamais interferiremos nos assuntos do estado, pois consideramos (a partir deste momento de grande indignação por parte do nosso líder incontestável) que os nossos estadistas (todos sem excepção) estão acima de qualquer crítica. que são pessoas íntegras, insuspeitas etc & tal.
e
em nossas casas jamais entrará um fumador, um alcoólatra, um corrupto, um homossexual, um fundamentalista calvinista.
nós
portugueses
somos católicos fatimistas (mesmo que não saibamos o que isso quer dizer) e perdoamos os pequenos deslizes tabagistas e mesmo sexuais de qualquer político nacional aerotransportado...
viva a pátria
viva o povo
viva o senhor primeiro ministro, nosso grande timoneiro
viva Portugal

(Encontrado na Confraria da Alfarroba)

Maria João

12 Comments:

At 9:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sem ponta por onde se lhe pegue.
Escrito já era patético, agora a Sra. dar-se ao trabalho da transcrição é algo que me ultrapassa por completo. Desculpe a franqueza.

Jorge Melícias

 
At 9:13 da tarde, Blogger MJLF said...

Sr. Jorge Melícias,
Que falta de sentido de humor, olhe, vá apanhar sol, divirta-se um bocado, não se leve tão a sério, que não vale a pena.
Maria João

 
At 9:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Onde o texto enferma torna-se a senhora redundante: na anedota.


Jorge Melícias

 
At 12:48 da manhã, Blogger MJLF said...

Anedota seria eu transcrever um poemasinho dos seus, Sr. Melicias está magoado porque não lhe dou a atenção devida.
:)
Maria João

 
At 10:35 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Desolado é mais a palavra. Expressa melhor o desapontamento que me sempre me corrói ao ver o meu trabalho contornado por um vulto incontornável.

Deixe-me confessar-lhe uma coisa: nunca me foi muita grata a figura da "padeira de Aljubarrota". Aquela mãozinha na anca, a pá em riste fazendo as vezes, sabe, sempre tive para mim que faltava a essa figura "peso", em cima.

Jorge Melícias

 
At 12:41 da tarde, Blogger MJLF said...

Sr. Melícias,
Vejo que hoje acordou de melhor humor, muito obrigada pela atenção que me dispensou.
Maria João

 
At 1:35 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Por favor, disponha.


Jorge Melícias

 
At 2:37 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Agora um bocadinho mais a sério: o que me faz confusão nesse texto, e noutros a ele análogos, é a "síndrome de Zurara". Qualquer um se arroga ao título de o "último dos Cronistas". Todos nós nos encontramos sempre, por óbvias razões, na mais privilegiada das posições para diagnosticar os "grandes males da alma portuguesa" (seja lá o que isso for). E então tratamos de, através de meia dúzia de lugares comuns (os mesmos de que nos tentamos libertar desde sempre) escalpelizar (numa perspectiva sempre pedagógica) os grandes demónios da nossa mediocridade. Santa paciência. Como exercício é bastante sofrível.
O talento da prosa ainda vai mitigando, por vezes, a linearidade reflexiva. Mas neste caso nem isso. Neste caso é apenas um mau texto e reproduzi-lo, acredite-me, não o melhora.


Jorge Melícias

 
At 3:36 da tarde, Blogger MJLF said...

Agrada-me o aspecto de ser um hino português suave, o sarcasmo com que os demónios não apenas da nossa mediocridade portuguesa, mas da tacanha especie humana são escalpelisados,não acho que seja com caracter pedagógico, porque a mediocridade é a maior instituição de todas, com os seus lugares comuns e não muda. O Sr. Melicias aprecia outros registo, compreendo, mas acho que isso é lá consigo!
Maria João

 
At 1:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

ignora Maria João...!
jecr

 
At 1:12 da manhã, Anonymous Anónimo said...

a vida tem destas milícias.

 
At 10:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Este melícias é aquele, acho que franciscano,muito conhecido porque costuma contar anedotas de padres quando está em companhia boémia? Não?
Ah é aquele muito bom poeta que ganhou o prémio Sócrates de esperteza saloia? Pronto, fiquei esclarecida, obrigado.

Puta do Candal

 

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